Venha conhecer a minha casa

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Em sonho, Nossa Senhora apresenta a Raymundo a sua casa no Céu. A casa está toda adornada com pertences dos Missionários do Coração Imaculado. A Virgem então esclarece: “Aqui está representado algo de cada um de vocês na Terra, é o espelho da obra de vocês em meu nome”.

26 de outubro de 1994 

Na madrugada de 26 de outubro sonhei que estava em um lindo jardim, onde havia somente flores brancas e amarelas. Era em uma casa pequena e também amarela, com portas e janelas brancas. Eu olhava embevecido o encanto daquelas flores, quando vi chegar Nossa Senhora toda de branco. Seu rosto era de uma beleza rara.

– Venha conhecer minha casa – convidou-me.

– Esta é a sua casa? – indaguei surpreso. A que conheço em Natividade1 é bem diferente.

Com um belo sorriso, Ela me explicou:

– A que você viu é uma réplica da minha casa na Terra. A que vou lhe mostrar é a minha casa no Céu.

Pegou-me pela mão e docemente me conduziu para dentro, passando por uma linda porta branca. Vi-me então numa sala ampla, pintada de amarelo. Havia mais duas portas brancas, que suponho dariam para outros cômodos, mas não saímos dali. Ela me olhava fixamente e, do meio da sala, me perguntou:

– O que acha da minha casa?

– É bonita, muito bonita!…

Comecei então a reparar que tudo quanto ali se encontrava eu já tinha visto em algum lugar, ou ao menos sabia da sua procedência. Vi que a mesinha era da casa da Maria Helena Goretti. A Bíblia e a vela vermelha que se encontravam sobre a mesma eram do Francisco Lembi e da Terezinha Lembi, respectivamente. Uma linda poltrona estampada era da Marília Boueri, do Rio de Janeiro, e a camisa de cambraia branca, no braço desta poltrona, do Eduardo Carvalho. Um relógio muito bonito, marcando 3 horas da tarde, era da Beth Cury. Um cinto marrom claro, desgastado, que estava dependurado em um prego na parede, mais tarde constatei ser da irmã Gertrudes, do Colégio Monte Calvário. Uma colher de pau no chão, com a concha quebrada e uma pequena marca no cabo, certifiquei depois ser da Iná Stancioli. A imagem de São José, esculpida em madeira, era do Ediwal Morais, e estava no meio da sala, em cima de um criado com uma tampa de mármore cinza, pertencente à Esmeralda, de Divinóplis, como verifiquei mais tarde. Na parede vi um quadro com moldura dourada e fundo bordô, com os bustos de Jesus e Maria, em relevo, que mais tarde constatei pertencer à Lúcia Valadares, de Curvelo. Um crucifixo de madeira na parede, e o Cristo com uma coroa de espinhos muito verde, descobri depois ser das Samaritanas2. Uma pequena poltrona de vime, um pouco desgastada, estava num canto da sala, mas não sei ainda de quem é.

Havia outras coisas de que não consigo me lembrar. Eu tentava entrar nos outros cômodos, mas algo me impedia. Nossa Senhora me olhava fixamente. Eu então lhe disse:

– Mas essas coisas são de missionários. Conheço muitos desses objetos. Por que estão aqui?

– A minha casa é adornada com coisas de vocês.

– Mas isso não vem para o Céu.

Ela então completou:

– Aqui está representado algo de cada um de vocês na Terra, é o espelho da obra de vocês em meu nome.

Em seguida Ela caminhou para uma poltrona lindíssima, toda dourada, em cujo braço encontrava-se a estola do padre Rubem Schuch. Ali sentou-se, ajeitou o vestido e apanhou do chão uma flor branca em forma de crisântemo. A flor brilhava, e eu pressentia que em cada pétala estava o nome de um dos missionários. Começou a desfolhá-la, colocando as pétalas no braço da poltrona, e me disse:

– Venha ver.

Aproximei-me e observei. A flor brilhava. Parecia um ser vivo, as pétalas se mexiam.

– Quero vocês todos unidos em minhas mãos, como esta flor. Eu os escolhi, e somente Eu tirarei aqueles que não corresponderem aos meus planos para que possa levá-los a Jesus – disse com firmeza.

Só então percebi que não me encontrava totalmente vestido. Envergonhado, tentava esconder-me, ao que Ela me observou sorrindo:

– Não tenha vergonha, pois o conheço de dentro para fora, não de fora para dentro. Enquanto não se despojar totalmente dos problemas e questionamentos terrenos, não compreenderá os anseios do Céu.

Acordei assustado. Levantei-me e bebi um pouco de água. Fiquei por algum tempo perto da grande imagem de Nossa Senhora das Graças que tenho na porta do quarto. Depois voltei para a cama, tentando conciliar novamente o sono.

 

1 Pequena cidade no extremo norte fluminense, onde em 1967 o médico, advogado e duas vezes deputado estadual Dr. Fausto de Farias recebeu uma série de manifestações de Nossa Senhora. Na quarta aparição, a Virgem fez referência à casa onde havia morado em Éfeso, na Turquia. Foi quanto bastou para o Dr. Fausto viajar para lá em companhia da esposa, a fim de reproduzi-la no local das aparições, na sua fazenda. Milhares de peregrinos visitam anualmente esta réplica, única no mundo, da casa de Maria. (Referência em Aparições em Belo Horizonte, de Olivo Cesca – 2ª edição, pág. 136).

2 Samaritanas é um grupo de oração e caridade da cidade de Divinópolis.

 

Referência: LOPES, Raymundo. Venha conhecer minha casa. In: LEMBI, Francisco (Org.). Diálogos com o infinito. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 51-53.

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