Uma hóstia na mão

Uma hóstia na mão
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O anjo havia predito que Raymundo receberia o Corpo Sacrossanto de Jesus nas primeiras sextas-feiras do mês até o dia 13 de outubro. No dia 7 de agosto, Raymundo recebe milagrosamente a Eucaristia na gruta da Basílica de Lourdes.

07 de agosto de 1992

Depois dos acontecimentos na madrugada dos dias 19 e 23 de julho, resolvi esperar o que viria a acontecer guardando segredo, porque estava um pouco perturbado com o desenrolar dessa história. Achava que tudo estivesse terminado no dia 30 de junho, na Basílica de Lourdes.

Neste dia eu estava tranquilo, porque não esperava que algo extraordinário pudesse acontecer. O anjo havia me dito: “Nas primeiras sextas-feiras que antecederem o dia 13 de outubro, você receberá o Corpo Sacrossanto do Senhor Jesus, sempre às 3 horas da tarde, em preparação para o que fará após esta data”.

Embora me parecesse estranho, entendi que nessa hora deveria me dirigir a uma igreja e lá pedir a algum sacerdote a comunhão, se fosse possível. Como eram palavras do anjo, pensei que ele encaminharia tudo para que assim acontecesse.

Às 14:30 horas desta sexta-feira, dirigi-me à Basílica de Lourdes. Lá chegando, vi que estava fechada. A porta lateral estava trancada. No entanto, alguém a abriu por dentro, e notei que estavam lavando a basílica.

Resolvi então me retirar, quando da porta um menino me chamou pelo nome. Aproximando-me, perguntei:

– Você me conhece?

Ele apenas me disse:

– Pode entrar, mas não demore.

Entrei pensando: “O que vou fazer aqui? Não vejo nenhum padre, somente pessoas trabalhando”. Pus-me a rezar, e enquanto rezava, observava as pessoas. Não vi de novo o menino.

Como restavam poucos minutos para as 3 horas, levantei-me e resolvi entrar na gruta1, sem saber o que fazer para receber a comunhão conforme havia dito o anjo. A gruta estava às escuras. Eu, ajoelhado, escutei o carrilhão da basílica bater 3 horas. Neste momento comecei a sentir um calor intenso nas mãos, que estavam postas a rezar. O calor irradiava tanto que abri as mãos assustado, quando me deparei com o inacreditável. Nas minhas mãos estava uma hóstia materializada, completa e intacta. Se eu não tivesse reunido as minhas forças, teria desmaiado. Aí foi que entendi as palavras do anjo. Tremendo, não tive outro pensamento senão colocá-la na boca, repetindo aquelas palavras do rito de comunhão: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”.

Estava, assim, cumprido o que me foi dito pelo anjo. Fiquei ainda uns poucos minutos na gruta, depois me retirei dali totalmente perplexo com o acontecido.

Mais uma vez, achei conveniente guardar segredo, pois o fato era tão insólito que ninguém acreditaria nele.

 

1 A Basílica de Lourdes possui uma pequena sala com uma reprodução da cena da aparição de Nossa Senhora a Bernadete Soubirous. Os fiéis costumam rezar e se benzer na singela fonte de água que escorre na “gruta”.

 

Referência: LOPES, Raymundo.  Uma Hóstia na mão… In: LEMBI, Francisco (Org.). Diálogos com o Infinito. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 19.

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