Parábola das Dez Virgens

Mt 25, 1-13

Jesus adotava uma psicologia para chamar a atenção de toda a humanidade, por todos os séculos, sobre o que é o homem.

Então o Reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco eram insensatas e cinco prudentes. As insensatas, ao pegarem as lâmpadas não levaram azeite¹ consigo, enquanto as prudentes levaram vasos de azeite com suas lâmpadas.”

Ele compara o Reino dos Céus às dez virgens. Cinco previdentes e cinco imprevidentes. Vemos que todas fizeram o mesmo: foram ao
encontro do noivo com suas lâmpadas. Cinco, porém, levaram um pouco mais de azeite1.

As virgens imprevidentes na verdade foram descuidadas, calcularammal o tempo ou não contaram com a possibilidade de atraso do noivo, que ele pudesse adiar um pouco sua chegada. Esta foi a falha delas. No resto, fizeram o mesmo que as outras.

Refletindo sobre esta parábola, percebemos que Jesus se refere aos nossos cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar.

Todos temos dentro de nós dez virgens. Cinco são previdentes, porque o espírito que vive em nós, que é à imagem e semelhança de Deus, precisa conviver com os sentidos em si mesmo. No espírito, portanto, eles sempre terão óleo. Essas virgens previdentes não serão pegas de surpresa, pois não se surpreende Deus, melhor dizendo, a imagem e semelhança de Deus em nós. A estas não faltará óleo.

Sabemos disso porque o próprio Deus, ao se humanizar, adquiriu esses sentidos, sentiu-os. Era vontade dele estar do lado do homem, também nos sentimentos materiais.

As outras estão condenadas à chegada do noivo, no meio da noite, sem que os sentidos percebam. A estas sempre faltará óleo. São os nossos sentidos materiais. Convivemos com eles o dia todo. Eles nunca terão óleo suficiente, porque não sabemos a hora. Para a matéria o cálculo é impossível diante da vontade de Deus. Então, no meio da noite faltará óleo, e como é noite as lâmpadas são imprescindíveis.

O ditado diz que deste mundo nada se leva. Os sentidos da matéria morrerão aqui. Mas o anseio do homem é de que eles acompanhem o espírito. Eles tentarão acompanhá-lo e chegarão a bater à porta:

"Senhor, Senhor, abre-nos!". E a porta permanecerá fechada: "Não vos conheço!" Deus não "conhece" os sentidos da matéria, não tem o tato da matéria, não vê com olhos da matéria. Este olho, inclusive, é passível de ficar cego. Deus não! O tato, podemos perdê-lo. Deus não! E assim por diante.

Estas virgens imprevidentes, que são nossos sentidos materiais, não convivem, em hipótese alguma, com os sentidos do espírito. No
momento de nossa morte para a vida terrena, quando passamos para a eternidade, Deus dirá àqueles sentidos: "Em verdade vos digo: não vos conheço!" Não quer dizer que Deus não conheça nossos sentidos materiais. Jesus quis explicar assim o Reino de Deus: existe um abismo entre nós.

Jesus já comparou o Reino de Deus a muita coisa. Já o comparou à semente de mostarda… e agora o faz com as dez virgens.

No momento da morte, a porta se fecha entre o Reino de Deus e toda a nossa matéria. Esta vai para o cemitério e ali fica.

Por isso Jesus diz: "Vigiai, portanto, porque não sabeis nem o dia, nem a hora." Ele está falando para os nossos sentidos da matéria. Estes têm sempre que vigiar e orar. Os sentidos do espírito, as virgens previdentes, são constantemente orantes e vigilantes. Não ficarão sem óleo.

No momento da morte, as cinco virgens que simbolizam nossos sentidos do espírito vão ao encontro de Deus. Entram. As cinco que
representam os nossos sentidos da matéria, terminam no cemitério. Ficam de fora.


1 Azeite, para os judeus, significava responsabilidade. Esse azeite, usado nas lamparinas, não era de oliva (oliveira – azeitona), mas de uma outra planta.

 

Referência: LOPES, Raymundo. Parábola das Dez Virgens: Mt 25, 1-13. In: LEMBI, Francisco (Org.). O Código Jesus. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 113.

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