“Os maus conselheiros e informantes do Papa traem a Igreja na China”, afirma o Cardeal Zen

Catequese
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Na aparição de 17 de março de 1992, Nossa Senhora disse a Raymundo Lopes: "O comunismo ainda não acabou; o demônio continua em vigília permanente. A Rússia, a qual pedi que fosse consagrada a mim, ainda não está convertida; entretanto, ela se converterá". Trata-se de uma clara advertência àqueles que ainda pensam que o comunismo foi derrotado com a queda da União Soviética.

Dias depois, na aparição de 31 de março, Nossa Senhora se dirige ao clero da América Latina, fazendo clara referência à teologia da libertação: "Não esmoreçam diante da indiferença comandada por interesses mundanos e de uma distorcida teologia interesseira, direcionada pura e unicamente a fazer a vontade dos homens, perdendo seu precioso tempo em batalhas sociais que poderiam ser resolvidas vivendo-se o Evangelho". O materialismo fomentado pela teologia da libertação e pela infiltração socialista na Igreja também é abordado na mensagem ditada no dia 7 de janeiro de 1997: "Seria desnecessária a minha vinda até vocês, se todos fizessem das palavras de Jesus um direcionamento ao amor fraterno. Entretanto, o que presencio é justamente o contrário: estão usando-as para lutas sociais. Essa é pois a razão de, nestes tempos atuais, acontecer uma humanidade morta às coisas do espírito, dando uma ênfase incondicional às coisas da matéria. É necessário que o Evangelho seja urgentemente ressuscitado entre vocês na sua essência". 

“Os maus conselheiros e informantes do Papa traem a Igreja na China”, afirma o Cardeal Zen

23/02/17 2:19 PM (LifeSiteNews/InfoCatólica) – Tradução Obra Missionária

Em entrevista exclusiva ao LifeSiteNews, o cardeal Zen afirmou que tem sido instado a falar pelos católicos chineses que não possuem liberdade de expressão. Sacerdotes e bispos da “igreja clandestina” têm sido presos por sua fidelidade e obediência à Santa Sé, em vez de submeterem-se à “igreja patriótica” aprovada pelo governo comunista.

O cardeal Zen, bispo emérito de Hong Kong e o prelado de mais alta hierarquia na China, vem pedindo ao Vaticano que não “venda” os católicos da China através de um acordo com o governo comunista.

Tal acordo permitiria ao governo chinês nomear bispos para que o Papa os aceite ou rejeite, o que significaria essencialmente o reconhecimento do Vaticano à igreja controlada pelo governo da China.

O governo chinês deseja uma “rendição total” da Igreja, disse Zen ao LifeSiteNews, muito embora o acordo em pauta pareça dar ao Papa algum poder.

A Igreja Católica na China vive de maneira clandestina. O governo controla a Associação Católica Patriótica Chinesa, uma igreja falsa composta de sacerdotes aprovados e supervisionados pelo comunismo. Os bispos da “igreja clandestina”, que sempre se mantiveram fiéis ao Papa e não ao governo comunista, enfrentam constantemente perseguições e encarceramento.

Problemas de um acordo com as condições previstas

Zen afirma que um acordo do Vaticano com o governo chinês prejudicaria a credibilidade da Igreja. Além disso, se o governo chinês puder nomear bispos, outros governos também poderiam reivindicar esse poder.

“Estamos muito preocupados, porque parece que o Vaticano vai fazer um péssimo acordo com a China”, disse Zen ao LifeSiteNews. “Acho que o Papa vê a situação com ingenuidade… Ele não conhece os comunistas chineses, mas lamentavelmente as pessoas que o rodeiam não são boas, possuem ideias muito equivocadas, e temo que podem vender nossa Igreja clandestina, e isso seria muito triste”.

Um acordo deste “daria demasiado poder de decisão ao governo” e sacrificaria os princípios da Igreja. O Papa Francisco, tendo apenas a última palavra [a respeito de aceitar ou rejeitar os candidatos], “não poderia conter um processo viciado”, disse Zen, porque os únicos candidatos ao episcopado que o Papa poderia aprovar já teriam sido previamente examinados e escolhidos pelos comunistas.

“Os católicos chineses não possuem liberdade de expressão na clandestinidade”, explicou Zen. “As pessoas vêm da China para me ver, e todos dizem: ‘por favor, o senhor deve levantar a voz, não podemos ficar sem dizer nada’, e então eu sigo falando, mas parece que eles [a Santa Sé] não escutam, ou não gostam de escutar”.

Alguns funcionários da Santa Sé consideram que “os sacerdotes, os fiéis”, são “agitadores”, disse. E o Papa possui um forte desejo de unidade e paz, mas é “bastante ingênuo” sobre a natureza do governo chinês.

Sobre a reunião do cardeal Zen com o Papa há dois anos

“Me escutou muito atenciosamente durante 40 minutos”, disse Zen. “Parecia estar muito de acordo comigo, então não sei o que vai acontecer”.

“O que podemos fazer é orar”, disse Zen. “Acreditamos no poder da oração”.

O Vaticano dá instruções confusas à “igreja subterrânea”

Zen, ex-professor de seminário que fala mandarim, cantonês, chinês, inglês, italiano e latim (e poder ler francês), não é bem-vindo em sua terra natal.

“Me disseram: ‘não venha, a menos que seja convidado’”, ele ri.

Zen afirmou que sob o Papa Emérito Bento XVI havia uma comissão vaticana que examinava a questão das negociações do Vaticano com a China. No entanto, assim que o Papa Francisco assumiu o poder, “a comissão simplesmente desapareceu”. “Muitos [membros daquela comissão] são muito competentes e conhecem a realidade” sobre o comunismo na China.

A “igreja clandestina” na China não está em boa situação, disse Zen, e isso se deve em parte às instruções confusas que seus sacerdotes têm recebido do Vaticano.

Na diocese de Baoging, por exemplo, a vida como católico na clandestinidade é “muito dura”.

“Tanto o bispo como o bispo auxiliar estiveram na prisão durante muitos anos”, disse. Mas então “o governo disse ao bispo auxiliar no cárcere: ‘bom, você pode sair, e lhe permitiremos atuar como bispo’. E ele pediu instruções a Roma”, disse Zen.

Roma o instruiu a que seguisse adiante e trabalhasse como bispo com a aprovação do governo. Fizeram isso “sem consultar a comissão, sem consultar ninguém”.

“Esse foi um grande erro”, afirma Zen. “Antes de qualquer coisa, ele não pode ser o bispo, mas somente o bispo auxiliar”, já que o verdadeiro bispo continua na prisão. Isso causou confusão entre os sacerdotes que vivem na clandestinidade, pois eles não poderiam aceitar essa situação.

“Mas esse homem é um homem simples”, disse Zen. “Estava no cárcere por muitos anos, o que significa que é forte, certo?… mas é um homem muito simples, e agora que deixou a prisão sofreu uma lavagem cerebral do governo e faz parte da Associação Patriótica”.

“Explicou em uma carta” como aceitou o desejo do governo de ser empossado como bispo, “e a Santa Sé aceitou a sua explicação… E então Ela participou de uma ordenação ilegítima de outro bispo; isso é incrível!”

“O problema não é ele”, disse Zen. “Ele é um homem simples; o problema é com o Vaticano, que está lhe dando uma instrução equivocada… o Vaticano causou todo esse problema, e agora quando falam aos sacerdotes: ‘Vocês têm que obedecer ao bispo”, eles respondem: “Não! ele não é nosso bispo, o nosso bispo está na prisão!”

Sacerdotes da “igreja oficial” repassam informações ao governo comunista

Em outra diocese, depois da morte do bispo pertencente à Associação Patriótica, alguns dos sacerdotes da “igreja oficial” foram ao bispo que vive na clandestinidade e lhe pediram que os aceitasse. Roma instruiu o bispo a dar-lhes as boas-vindas, o que causou “consternação na Igreja perseguida”.

Os sacerdotes clandestinos “não se atreveram mais a assistir” à liturgia da Semana Santa e outras celebrações com o bispo, por medo da perseguição do governo facilitada por esses sacerdotes da “igreja oficial”.

Então, o bispo “enviou alguns dos sacerdotes do governo a algumas dessas paróquias clandestinas, e no fim de algum tempo a polícia foi buscar os sacerdotes clandestinos da paróquia e perderam a paróquia. A Santa Sé não pode ser tão ingênua para crer que pode aceitar esses sacerdotes ‘oficiais’ em suas dioceses; não pode. Pode tratá-los amavelmente, tomar uma xícara de chá juntos, mas não pode integrá-los nas suas dioceses na clandestinidade”.

Os sacerdotes da Associação Patriótica “estão sob o controle do governo”, disse Zen. “As coisas que para nós parecem tão óbvias, a Santa Sé não entende”.

Outros críticos do acordo Vaticano-China assinalam que a Igreja Católica tem sobrevivido e resistido a governos tirânicos ao longo da história. Caso assine um acordo com o governo chinês, Ela será lembrada como uma instituição que celebrou um acordo com um governo opressor.

“Tenho como princípio que nunca criticaria publicamente o Santo Padre”, disse Zen. “Por isso, caso se chegue a um mau acordo, ficarei em silêncio. Mas até que isso aconteça, eu, cardeal Zen, farei oposição em alta voz”.

Fonte: http://infocatolica.com/?t=noticia&cod=28642

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