Relações homossexuais: a igreja alemã toca a marcha nupcial

Catequese
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Infovaticana, 13 de janeiro de 2018.

[https://infovaticana.com/2018/01/13/relaciones-homosexuales-la-iglesia-alemana-toca-la-marcha-nupcial/].

Tradução. Bruno Braga.

O vice-presidente da Conferência Episcopal alemã, o Mons. Franz-Josef Bode, pede que se abra um debate sobre a possibilidade de abençoar as relações homossexuais. Uma iniciativa que é a continuação de uma entrevista concedida pelo Cardeal Reinhard Marx, na qual propõe que a Igreja Católica repense o seu ensinamento sobre a moral sexual.

(Marco Tosatti / La Nuova Bussola Quotidiana [1]) – A igreja alemã abre oficialmente a campanha para que se estabeleça algum tipo de reconhecimento eclesial dos casais homossexuais. Depois do apoio aos divorciados que se casaram novamente, que foi concluído com a Amoris Laetitia e promovido fortemente pelo Cardeal Walter Kasper na tentativa de preencher os espaços vazios a cada ano maiores na fila de fiéis por meio da redução do nível de exigência da doutrina e da moral, agora se buscam novas vias.

A última declaração neste sentido é a do vice-presidente da Conferência Episcopal alemã, Mons. Franz-Josef Bode, que pediu a abertura de um debate sobre a possibilidade de abençoar as relações homossexuais, porque ele crê que, nessas relações, “há muita coisa que é positiva”.

Esta nova iniciativa é, na realidade, a continuação de uma entrevista concedida pelo Cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência Episcopal, ao Herder Korrespondenz. Marx, além de ser um dos conselheiros mais escutados pelo atual Pontífice, é integrante do C9, a comissão de Cardeais encarregada de estudar a reforma da Igreja e da Cúria.

Marx propõe que a Igreja Católica repense o seu ensinamento sobre a moral sexual, e que abandone atitudes de “rigorismo cego”. De acordo com o purpurado, é difícil dizer de fora se alguém está em pecado mortal. Um princípio que pode ser aplicado tanto aos homens e mulheres em situações irregulares como a quem vive um relacionamento homossexual. É evidente a influência, por um lado, da ambiguidade criada pelas notas de Amoris Laetitia e, por outro, do abandono ex profeso dos critérios claramente estabelecidos pelo que ainda é, até que se prove o contrário, a Carta Magna do Catolicismo: o Catecismo.

Para Marx é necessário respeitar “uma decisão tomada em liberdade” e “a consciência de cada um”. E não só: é necessário ter em conta as “circunstâncias concretas” e recordar “a responsabilidade de cada um à luz do Evangelho”. Porém, naturalmente, “é necessário escutar a voz da Igreja”.

Mons. Bode, por sua vez, fazia sua declaração ao diário Neue Osnabrücker Zeitung. “Creio que, na Igreja, devemos discutir este problema de forma mais detalhada”, porque, acrescentou, não é útil “manter o silêncio” sobre estes temas. Gostaria de discutir uma proposta relativa a uma forma de “benção” para os casais homossexuais, mas sem que seja considerada um matrimônio. Mons. Bode se pergunta a respeito dos casais homossexuais: “Como podemos fazer-lhes justiça? Como os acompanhamos pastoral e liturgicamente?”. Mons. Bode, que participou dos Sínodos sobre a Família, sugere, da maneira mais geral, que a Igreja reconsidere a sua posição a respeito da homossexualidade ativa, considerada pecado grave. “Devemos refletir sobre o problema de como julgar, de forma diferenciada, a relação entre duas pessoas homossexuais. Por acaso não há nessas relações coisas suficientemente positivas, boas e justas para que sejamos mais justos?”

A resposta ao Bispo veio de Mathias von Gersdorff, um conhecido ativista católico no âmbito da vida e da família, além de escritor, que comenta as palavras do Mons. Bode no seu blog, advertindo os “católicos alemães ortodoxos” para que estejam preparados: “O progressismo alemão não quer só mudar algumas coisas aqui e ali, mas quer apagar todo o ensinamento católico para criar uma religião fundamentalmente nova”. A entrevista de Mons. Bode “introduz uma nova fase de destruição”. E conclui dizendo: “O católico ‘normal’ está perplexo e se pergunta: por quanto tempo a Igreja Católica na Alemanha poderá seguir este caminho de destruição e ainda continuar sendo chamada de católica? Quando chegará o ponto em que teremos o dever moral de nos negar a pagar o imposto à Igreja?”

 

NOTAS.

[1] Cf. [ http://www.lanuovabq.it/it/gay-la-chiesa-tedesca-suona-la-marcia-nuziale ].

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