A abertura do 2º Selo: o Pai-Nosso da Esperança

Pai-Nosso da Esperança
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Jesus e Nossa Senhora abrem o segundo dos três Selos que marcam as aparições de Belo Horizonte: o Pai-Nosso da Esperança. “Desejo que rezem desta forma tanto quanto puderem, para que os sacramentos e preceitos sejam conservados, e a Eucaristia continue a ser o alimento que Eu lhes dei”.

18 de setembro de 1993

Na companhia da imagem de Nossa Senhora de Fátima que veio de Portugal e dos Missionários do Coração Imaculado, tenho peregrinado pelo interior de Minas Gerais e outras regiões quase todos os fins de semana, divulgando as mensagens ditadas por Nossa Senhora e promovendo a reza do Terço.

Desta vez fomos a Cachoeira, pequena vila do oeste de Minas, cujo nome oficial é Monsenhor João Alexandre. Muita gente esperava para receber festivamente Nossa Senhora de Fátima. Era um dia especial para mim, pois a Virgem Santíssima anunciara que falaria comigo neste sábado, 18 de setembro, às 3 horas da tarde.

De início rezamos o Terço na Igreja de Santo Antônio, que estava repleta. Em seguida tivemos um intervalo para almoço, e depois retornamos para participar da Santa Missa, presidida pelo padre Rubem Schuch, que viajava conosco.

No final da Missa, Nossa Senhora chegou com todo esplendor de luz. Mas desta vez Ela estava acompanhada por um homem. Ele vestia uma espécie de túnica branca, com um cordão amarrado à cintura. Era alto, mais alto que Nossa Senhora. Tinha cabelos longos, à altura do ombro. A barba era de um castanho-escuro, pouco densa, e terminava bem colocada, rente ao queixo. Os olhos azuis eram iguais aos da Virgem. O nariz era longo e afilado; as sobrancelhas, finas e compridas. Os rostos dos dois brilhavam como raios de sol, e tinham a mesma cor, como cristais cor-de-rosa. As mãos e os pés também brilhavam. O homem trazia as mãos ao peito, de onde irradiava uma luz intensa que as envolvia e quase as tornava invisíveis. Ele me olhava em silêncio, deixando transparecer apenas um sorriso discreto. Eu os observei por algum tempo, sem saber o que dizer. Sentia que algo novo e extraordinário estava acontecendo na minha frente.

Então Nossa Senhora tomou a palavra:

– Obrigada por ter vindo ao meu encontro. Este é Jesus, e nós queremos lhe falar.

Quando Nossa Senhora pronunciou o nome de Jesus, seus lábios moveram-se com uma harmonia particular. A voz soou-lhe como música, e antes que completasse a frase, ouvi centenas ou milhares de vozes cantando suavemente algo que eu não podia compreender. Ao mesmo tempo, percebi que Nossa Senhora trazia nas mãos uma linda rosa dourada.

Nisso Jesus disse com uma voz pausada, firme, num tom grave e imperioso:

– Reze conosco.

Os dois então rezaram em uníssono o Pai-Nosso, e eu procurei acompanhá-los. Enquanto rezavam, seus rostos resplandeciam como o sol. Em seguida, Eles rezaram pausadamente a seguinte oração:

– Senhor, Tu nos permitiste invocar o teu Nome e chamar-te de Pai; permite-nos agora, através da tua Misericórdia, invocar o Santo Espírito em favor da tua Igreja.

Depois Jesus invocou:

– Pai nosso, que estais nos Céus.

E Nossa Senhora completou:

– Santificado seja o vosso Nome e venha a nós o vosso Reino.

Isso eles rezaram alternadamente, por três vezes, e depois repetiram a oração inicial.

Em seguida, Jesus pediu por três vezes, sempre alternadas:

– Seja feita a vossa vontade, Pai.

E Nossa Senhora completava:

– Assim na Terra como no Céu.

Mais uma vez, Eles rezaram a oração do início.

– O pão nosso de cada dia – Jesus dizia, e Nossa Senhora rematava a petição:

– Nos dai hoje.

Novamente, Eles rezaram a oração inicial. Suas faces espargiam luz com uma beleza incrível.

Na sequência, Jesus suplicava:

– Pai, perdoai-nos as nossas ofensas.

E Nossa Senhora reforçava:

– Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

Rezaram mais uma vez a oração do início. E Jesus, olhando para o alto, fazia sua última súplica:

– Não nos deixeis cair em tentação, ó Pai.

E Nossa Senhora rematava:

– Mas livrai-nos do Mal. Amém.

Nesse belo dueto dirigido ao Pai, Jesus e Nossa Senhora rezaram alternadamente, sempre por três vezes.

Depois disso, eles rezaram o Pai-Nosso em uníssono mais uma vez. Encerrada a oração, Jesus tomou a palavra:

– A Igreja necessita de ajuda urgente. Desejo que rezem desta forma tanto quanto puderem, para que os Sacramentos e preceitos sejam conservados, e a Eucaristia continue a ser o alimento que Eu lhes dei, como única forma da minha presença entre vocês. Existe um movimento renovador que levará a Igreja à ruína e ao descrédito. Um grande cisma se implantará, e serão milhares os afastados. A Igreja, plantada sobre a rocha de Pedro, será preservada pelo poder do meu Nome, mas as almas perdidas devido à não observância do que aconselha o Evangelho serão de responsabilidade de seus dirigentes. Diga isto a eles; serão cobrados alma por alma.

– Ainda existe uma esperança – Nossa Senhora disse. – Rezem, rezem muito para que isso não aconteça. Rezem conforme Jesus está ensinando; façam tudo conforme Ele está mandando. Reflitam, em cada invocação, uma passagem do meu Rosário1. Eu os ajudarei com a minha mediação.

– Senhora, como eu posso chamar essa oração? – eu perguntei.

– Chame-a Pai-Nosso da Esperança.

– Posso saber que movimento renovador é esse?

– Isso não é necessário responder. Rezem e peçam a Deus que impeça isso. Não esperem muito do Vaticano, porque este papa somente terá forças para impedir essas reformas se todos o ajudarem com orações e sacrifícios, e dedicando ao Pai essa oração, como Jesus lhes ensinou.

– Por que a Senhora traz na mão essa rosa dourada?

– Esta rosa representa a Igreja. Eu a tenho nas mãos para esta Obra, e a farei desabrochar em todo o mundo se os pedidos de Jesus forem atendidos.

Completando, ainda disse:

– Entregue o terço de Pedro a Dom Schuch2.

– Quem é Dom Schuch?

– É esse sacerdote que está no meio de vocês – Ela respondeu sorrindo.

Jesus então abriu os braços, e pude ver no seu peito uma hóstia que irradiava luz com intensidade.

– Eu estou com vocês através da Eucaristia; não duvidem disto. Através dos meus sacerdotes, estarei com vocês até o final dos tempos. A Eucaristia tem que ser preservada, para o bem da Igreja.

Eu estava aflito, e perguntei a Eles:

– Como vou passar isso para as pessoas?… É muita responsabilidade, e os padres dificilmente vão levar isso a sério…

– Fale com eles exatamente como estamos lhe falando, e com os leigos também – respondeu Nossa Senhora.

Instantes depois, Ela completou:

– Quero ser lembrada neste local como o Auxílio dos Cristãos.

– Por favor… Jesus e Nossa Senhora, me ajudem!… porque não vou ter meios para colocar isso que me disseram nas mãos dos sacerdotes. Eu não sei como proceder!…

– Torne isso público, e deixe que o Espírito Santo aja no seio da Igreja – disse Jesus com autoridade.

Nisso os dois começaram a elevar-se, e ainda disseram em uníssono, numa perfeita harmonia:

– Nós abençoamos este local, as pessoas e tudo que está aqui. Que a paz do Santo Espírito fique com vocês.

1 Diante do pedido de Nossa Senhora para intercalar as invocações com a meditação das passagens do Rosário, e considerando a Carta Apostólica Rosarium Virginis Marie, em que o papa João Paulo II acrescentou-lhe os mistérios luminosos, hoje a Obra Missionária reza o Pai-Nosso da Esperança do seguinte modo, como um cântico singelo da co-redenção, entoado no mesmo ato de adoração da Trindade:

 

T– Pai-Nosso.

 

1) T – Senhor, Tu nos permitiste invocar o teu Nome e chamar-te de Pai; permite-nos agora, através da tua Misericórdia, invocar o Santo Espírito em favor da tua Igreja.

1º D– Pela anunciação do anjo à Virgem Maria

Pai nosso que estais nos Céus,

T – Santificado seja o vosso Nome e venha a nós o vosso Reino.

2º D– Pela visita de Maria à sua prima Isabel

Pai nosso que estais nos Céus,

T – Santificado seja o vosso Nome e venha a nós o vosso Reino.

3º D– Pelo nascimento de Jesus

Pai nosso que estais nos Céus,

T – Santificado seja o vosso Nome e venha a nós o vosso Reino.

4º D– Pela apresentação de Jesus no Templo

Pai nosso que estais nos Céus,

T – Santificado seja o vosso Nome e venha a nós o vosso Reino.

2) T – Senhor, tu nos permitiste invocar o teu Nome e chamar-te de Pai; permite-nos agora, através da tua Misericórdia, invocar o Santo Espírito em favor da tua Igreja.

1º D- Por Jesus perdido e encontrado no Templo

Seja feita a vossa vontade, Pai,

T – Assim na Terra como no Céu.

2º D– Pelo batismo de Jesus no rio Jordão

Seja feita a vossa vontade, Pai,

T – Assim na Terra como no Céu.

3º D– Pela transformação da água em vinho nas bodas de Caná

Seja feita a vossa vontade, Pai,

T – Assim na Terra como no Céu.

4º D– Pela proclamação do Reino de Deus

Seja feita a vossa vontade, Pai,

T – Assim na Terra como no Céu.

3) T – Senhor, Tu nos permitiste invocar o teu Nome e chamar-te de Pai; permite-nos agora, através da tua Misericórdia, invocar o Santo Espírito em favor da tua Igreja.

1º D– Pela transfiguração de Jesus no Monte Tabor

O pão nosso de cada dia

T – Nos dai hoje.

2º D– Pela instituição da Eucaristia

O pão nosso de cada dia

T – Nos dai hoje.

3º D– Pela agonia e oração de Jesus no Horto das Oliveiras

O pão nosso de cada dia

T – Nos dai hoje.

4º D– Pela condenação e flagelação de Jesus

O pão nosso de cada dia

T – Nos dai hoje.

4) T – Senhor, Tu nos permitiste invocar o teu Nome e chamar-te de Pai; permite-nos agora, através da tua Misericórdia, invocar o Santo Espírito em favor da tua Igreja.

1º D– Por Jesus coroado de espinhos

Pai, perdoai-nos as nossas ofensas,

T – Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

2º D– Por Jesus carregando a cruz

Pai, perdoai-nos as nossas ofensas,

T – Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

3º D– Pela crucificação e morte de Jesus

Pai, perdoai-nos as nossas ofensas,

T – Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

4º D– Pela ressurreição de Jesus

Pai, perdoai-nos as nossas ofensas,

T – Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

5) T – Senhor, Tu nos permitiste invocar o teu Nome e chamar-te de Pai; permite-nos agora, através da tua Misericórdia, invocar o Santo Espírito em favor da tua Igreja.

1º D– Pela ascensão de Jesus ao Céu

Não nos deixeis cair em tentação, ó Pai,

T – Mas livrai-nos do Mal. Amém.

2º D– Pela vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos

Não nos deixeis cair em tentação, ó Pai,

T – Mas livrai-nos do Mal. Amém.

3º D– Pela assunção da Virgem Maria ao Céu

Não nos deixeis cair em tentação, ó Pai,

T – Mas livrai-nos do Mal. Amém.

4º D– Pela coroação de Nossa Senhora

Não nos deixeis cair em tentação, ó Pai,

T – Mas livrai-nos do Mal. Amém.

T – Pai-Nosso.

2 Doze terços gravados com os nomes dos apóstolos foram confiados aos “pequeninos especiais”, de quem Nossa Senhora esperava uma maior dedicação à Obra Missionária.

 

Referência: LOPES, R. Entregue o terço de Pedro a Dom Schuch. O 2º Selo: Pai-Nosso da Esperança. In: LEMBI, Francisco (Org.). Diálogos com o infinito. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 114-117.

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