Cardeal Burke: o Cardeal Meisner disse que devemos “continuar lutando pela Igreja e pelo Seu ensinamento”.

Catequese
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Maike Hickson.

OnePeterFive, 15 de agosto de 2017.

[https://onepeterfive.com/cardinal-burke-cardinal-meisner-said-must-continue-fighting-church-teaching/].

Tradução. Bruno Braga.

Como o OnePeterFive brevemente relatou após a morte do Cardeal Joachim Meisner [1] – que era um dos quatro Cardeais dos dubia – este prelado alemão tinha várias características de santidade amplamente reconhecidas. Na época, quando escrevi aquele artigo, eu – e também minha pequena família, com a qual compartilhei minhas descobertas – estava profundamente tocado pela fé profunda, testemunho claro, caridade e posições corajosas que o Cardeal Meisner frequentemente sustentou. Ele defendeu a fé e os seus princípios com amor, alcançando até os seus adversários ideológicos.

Naquele momento, eu também fui até os três Cardeais remanescentes dos dubia, perguntando a eles se gostariam de escrever um tributo ao seu quarto “companheiro de armas”. O secretário do Cardeal Burke foi muito gentil ao me responder, dizendo que o Cardeal já tinha feito um pequeno tributo no National Catholic Register.  Isto foi o que então o Cardeal Burke disse [2]:

“Em comentário ao Register, o Cardeal Burke disse em homenagem ao Cardeal alemão que foi ‘uma graça para mim nos últimos anos conhecer o Cardeal Joachim Meisner.

“‘Ele me inspirou profundamente pelo seu intenso amor por Cristo e pelo Seu Corpo Místico, a Igreja’, afirmou o Cardeal Burke. ‘Ele não poupou esforços para mostrar na prática esse amor de forma clara e corajosa. Que seja concedida a ele a recompensa do fiel e bom servo. Que ele descanse em paz'”.

Fiquei feliz agora por ver que o Cardeal Burke tinha mais algumas coisas para falar em uma nova entrevista, que ele concedeu ao The Wanderer [3]. Vou citar aqui na íntegra somente o trecho sobre o Cardeal Meisner (não pretendo discutir outras partes da entrevista que poderiam bem merecer uma resposta mais completa nossa):

Q. O Papa Emérito Bento XVI, em uma mensagem lida na Missa de Exéquias do Cardeal Joachim Meisner, expressou sua admiração pela habilidade do Cardeal ‘por deixar e viver uma convicção profunda de que o Senhor não abandona a Sua Igreja; mesmo quando a barca é tomada por tanta água que pareça prestes a virar’.

“O ex-Vigário de Cristo introduziu sua declaração referindo-se ao Cardeal Meisner como ‘um pastor apaixonado, um pastor que encontrou dificuldade de deixar o seu posto, principalmente no momento em que a Igreja tem uma necessidade urgente de pastores convincentes, que possam resistir ao espírito do tempo, viver e pensar a fé com determinação’.

“Eminência, como amigo e colaborador próximo do Cardeal Meisner, como entende essas palavras comovedoras do tributo de Bento XVI? O senhor pode oferecer alguma reflexão pessoal sobre a vida e o legado deste Príncipe da Igreja?

A. Não há dúvida de que o Cardeal Meisner tinha uma compreensão profunda da fé católica na sua integralidade e um amor profundo por Nosso Senhor e pela Sua Igreja. Ele era completamente dedicado a ser um bom pastor. Eu recordo especialmente um encontro com ele, em fevereiro de 2014, em um consistório, quando o Cardeal Walter Kasper fez sua apresentação, sugerindo a possibilidade de mudar a disciplina da Igreja com relação aos que vivem em uniões matrimoniais irregulares, para que recebam os Sacramentos da Sagrada Comunhão e da Confissão.

O Cardeal Meisner e eu caminhávamos após uma das sessões, e ele me disse: ‘Isso não é possível. Isso levará a um cisma’. Ele estava muito exaltado.

Durante todo o tempo, o Cardeal Meisner portou-se cuidadosamente, apoiou e encorajou os que defendiam a prática e o ensinamento constante da Igreja. Ele era um pastor maravilhoso, e nunca foi daqueles de atirar pedra, de dizer que os que sustentam o ensinamento da Igreja são legalistas e não se preocupam com as pessoas. Ele era um pastor amoroso, que entendia que um bom pastor do rebanho deve ensinar aos fiéis a fé na sua integralidade.

“Eu o vi no dia 04 de março de 2017, em Colônia, quando um antigo colega de direito canônico celebrou 65 anos. Entre nós, alguns escreveram ensaios em homenagem a ele que foram publicados em um livro. Eu participei da apresentação do livro, e o Cardeal Meisner estava lá. É absolutamente verdadeiro o que o Papa Bento XVI escreveu sobre ele: que era sereno, mas também muito impetuoso.

Eu recordo vivamente o Cardeal Meisner me dizendo que precisamos continuar lutando pela Igreja e pelo ensinamento Dela. Ele possuía uma combinação maravilhosa de duas qualidades: serenidade e ardor. Eu sempre tive a impressão de que ele era alguém que estava muito próximo de Nosso Senhor em oração, e que falava a partir de uma convicção que não estava baseada nele mesmo, mas em um conhecimento íntimo de Nosso Senhor [ênfases adicionadas].

É encorajador ver como o Cardeal Burke homenageia o Cardeal Meisner por sua postura com relação à atual crise na Igreja Católica.

Recordamos também aqui mais vozes de alto nível que prestaram suas homenagens ao Cardeal Meisner, logo após o seu enterro em Colônia, no dia 15 de julho [4]:

“O Cardeal Gerhard Müller concluiu então esta breve entrevista em Colônia, no dia 15 de julho, com algumas palavras sobre o Cardeal Meisner – um dos quatro Cardeais dos dubia: ‘Ele é para mim um grande testemunho de nossa fé cristã no meio do nosso mundo’.

“Essas palavras ecoam as palavras do Arcebispo Georg Gänswein que, no mesmo dia, também concedeu algumas entrevistas e disse o seguinte sobre o Cardeal Meisner: ‘A despedida de um gigante. Um gigante espiritual se foi. Eu só posso esperar que ele, agora lá de cima, interceda de forma gigantesca por nós’ [5].

“Gänswein também explicou que o Cardeal Meisner ‘viveu do espiritual e para o espiritual’, e que ele pode ‘já ver agora alguns frutos espirituais’ [6]. Gänswein sublinhou que a mensagem agora famosa do Papa Emérito Bento XVI [7] – lida publicamente por Gänswein – foi ‘um encorajamento espiritual para todos que a ouviram; e encorajamentos espirituais são muito bons para este nosso tempo e muito necessários'”.

Pouco antes de sua morte, o Cardeal Meisner escreveu o seguinte sobre a atual situação da Igreja: “o pastor é eleito por Cristo com o objetivo de preservar o rebanho do erro e da confusão” [8]. Que o legado do Cardeal Meisner continue produzindo bons frutos – na sua pátria espiritualmente empobrecida e na Igreja como um todo. E que ele agora possa fortalecer os três Cardeais remanescentes dos dubia para prosseguirem com uma necessária correção pública fraternal do Papa Francisco.

NOTAS.

[1]. Cf. [https://onepeterfive.com/cardinal-meisners-witness-concerning-fatima-dubia/].

[2]. Cf. [http://www.ncregister.com/blog/edward-pentin/cardinal-joachim-meisner-dies-at-83].

[3]. Cf. [http://thewandererpress.com/catholic/news/frontpage/interview-with-cardinal-burke-discriminating-mercy-defending-christ-and-his-church-with-true-love-2/#more-19405].

[4]. Cf. [https://onepeterfive.com/cardinal-muller-pope-benedict-disappointed-mullers-dismissal/].

[5]. Cf. [https://www.youtube.com/watch?v=JpE53_MmRXU].

[6]. Cf. [https://www.domradio.de/video/erzbischof-georg-gaenswein-ueber-kardinal-meisner].

[7]. Cf. [https://onepeterfive.com/pope-benedicts-message-funeral-cardinal-meisner-lord-not-abandon-church/].

[8]. Cf. [https://onepeterfive.com/cardinal-meisners-witness-concerning-fatima-dubia/]. Nota do tradutor: Cf tradução do texto citado: [https://obramissionaria.com.br/o-testemunho-do-cardeal-meisner-sobre-fatima-e-os-dubia/].

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